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''Chovia, chovia, chovia e eu ia indo por dentro da chuva ao encontro dele, sem guarda-chuva nem nada, eu sempre perdia todos pelos bares, só levava uma garrafa de conhaque barato apertada contra o peito''
- Caio F. Abreu
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Daquele chocolate e daquela sua fala comedida, porém audaz eu guardo apenas o que me convém, e se eu te falasse mais vezes o que me convém você deixaria de existir, para sempre.
Era tempo de flores e o sol desabrochava no meio de um parque entre nós, foi num sussurar de meias palavras e numa troca furtiva de balas que eu me peguei feliz.
Se eu te deixasse entrar no meu mundo como seria colorido, flores, fotos, parques e nuvens em formas de querubim, eu seria capaz do esquecimento, da serenidade, da contemplação e da quietude inquieta dos que sabem esperar.
Mas isso desmoronou e não é porque você sumiu, mas porque parece que de nada valeu.
O melhor perfume, a melhor parte, a melhor música, o melhor sapato, a melhor roupa, o melhor beijo.
Talvez eu tenha deixado um milímetro ainda para caso um dia você volte, aquele milímetro que a gente guarda no fundo dos olhos. Não digo que te quero a todo momento, nem que sou obsecado por essa condição de vitíma, que eu mesmo me proponho, de um algoz sádico e silencioso. Contemplo os lírios dos outros campos, retomo os vales que já reguei, mas por esse jardim eu nunca mais passei.
Eu queria flores, bombons, beijos e que essa sinceridade fosse o suficiente para eu poder te ver.